ANAHKÓLION
ANTES DA PRIMEIRA ERA
INTRODUÇÃO
Antes de adentrarmos no conteúdo das Eras e Tempos, é imprescindível que se compreenda como estão dispostas nos mundos. Primeiramente, quando falamos mundos, na realidade estamos falando de continentes e não propriamente “um outro mundo” de fato. Entretanto, há uma exceção a essa regra, quando falarmos sobre os Laienürimim, os Portais Negros, ou para onde eles levam, então estaremos falando de outro mundo de fato. Assim, fora a excepcionalidade citada, podemos dizer que são seis os mundos – ANAHKÓLION, ANATHURILIS, ERNATHURILIS, ERNTHYS, DNATHIRIUM e ERNT-NADOR – regidos pelas Eras e Tempos. Outra distinção necessária a ser feita, trata diretamente da diferença entre o que são e como são compostas as Eras e como são formados os Tempos. Importa explicar que cada Era recebe um nome relativo a um momento ou fato contínuo que se perdure pelos Tempos com relevante significância. Da mesma forma ocorre o mesmo com os Tempos, sendo cada um nominado consoante a um acontecimento preponderante.
COMPOSIÇÃO DAS ERAS E TEMPOS
Um Tempo de Anahkólion, ou mesmo de Ernt-nador, é composto por vários Ciclos. Os Ciclos, por sua vez, são compostos por inverno e verão. Contudo – e na comparação com o Calendário Gregoriano –, os Ciclos de Anahkólion tem cerca de 19 meses e alguns dias enquanto os Ciclos de Ernt-nador possuem 14 meses e alguns dias. Os Ciclos já existiam no período chamado ANTES DA PRIMEIRA ERA, porém não eram contados. A contagem dos Ciclos em Anahkólion iniciou muito depois de já estarem vivendo no período da Primeira Era de Anahkólion. E isso foi feito e constatado pelo Primeiro Mago, Yondar, após muito tempo de estudo. Na compreensão do Hísthalar Yondar, a necessidade da contagem de tempo advinha para que fosse estabelecido o tempo médio de vida dos homens e para registrar os fatos ocorridos ao longo das Eras. As Eras, por seu turno, eram compostas por um ou vários Tempos. Dessa forma uma Era poderia ser mais curta ou mais longa que outra, não havendo linearidade ou padrão em sua composição, sendo necessário apenas a existência de um Tempo. O mesmo ocorreu com Ernt-nador, porém como já havia um estudo e uma compreensão prévia, após o registro por Ciclos houve a contagem pelos Calendário Lunar e, muito depois, o Calendário de Ernt-nador, o Mundo Conhecido. É importante destacar que os mundos de Anahkólion, Anathurilis, Ernathurilis e Ernthys sempre se basearam pela contagem de tempo por Ciclos de Anahkólion, de dezenove meses, enquanto Ernt-nador tinha a sua própria forma de contagem por Ciclos menores de quatorze meses e não dezenove. E como já foi dito, posteriormente os calendários foram criados. Em razão desta contagem de Tempo desencontrada entre esses mundos é que muitos fatos que ocorreram em uma determinada Era para Ernt-nador, pode não estar precisamente encaixada em um Tempo determinado de uma Era de Anahkólion. Fazer essas associações ou comparações corre um certo risco de não se ter uma exatidão. É importante frisar que, mesmo que os primeiros registros de Ernt-nador acusem uma certa concordância de fatos a partir da Quinta Era de Anahkólion, há fortes indícios que Ernt-nador tenha recebido descendentes das Linhagens de Anahkólion desde a Segunda Era de Anahkólion. Mas como não havia um registro de tempo, mas apenas de fatos, não há como precisar quando ocorreram, apenas que isso de foto aconteceu. Para que a história se mantenha interessante, não falaremos das dez Eras de Anahkólion. Caso falássemos sobre todas as dez Eras, revelaríamos muitas informações que desvendariam tramas e segredos que ocorrem desde o período chamado Antes da Primeira Era de Anahkólion. Assim, inicialmente vamos falar de forma abrangente das primeiras três Eras, mantendo os enigmas, tramas, traições e destinos de todos os personagens e reinos de Anahkólion, Anathurilis, Ernathurilis e Ernthys. Com a publicação dos livros da Série The Wizards War, mais conteúdos sobre as Eras e Tempos de Anahkólion serão revelados em sua integralidade. Tendo essa base de entendimento, podemos seguir e compreender como tudo aconteceu desde o princípio.
A CRIAÇÃO
A criação é considerada como o início de tudo. É o momento em que foram criados os mundos e os deuses. O primeiro deus a ser criado foi Thuror e, posteriormente, foram criados os demais dezenove deuses de uma só vez. Juntos, todos compunham o Alto Conselho dos Deuses de Naumathar, localizado no Castelo de Luz no Monte Naumathar. Depois de um longo tempo da criação dos deuses, Naumathar conferiu poder e auxiliou os deuses a criarem os homens e suas respectivas linhagens. Foram criadas três linhagens classificadas por importância e funcionalidade no mundo: as Primeiras, Segundas e Terceiras Linhagens. Cada linhagem tinha uma ou mais finalidades no mundo, embora isso tenha se modificado com o passar do tempo. Cada deus tinha o dever e a obrigação de cuidar de sua linhagem, auxiliando o Primeiro Homem da linhagem e monitorando o andamento e desenvolvimento de cada uma delas. Todavia, muita coisa aconteceu entre o período da Criação dos Deuses compreendido no período chamado de Antes da Primeira Era e a Criação das Linhagens dos Primeiros Homens, que marca o início da Primeira Era. É importante destacar que, ainda que não se tenha contado o tempo durante todo o período denominado Antes da Primeira Era, também não ocorreu tal contagem no início da Primeira Era. Esse fato se deu muito depois do surgimento de Yondar. O que importa frisar é que, mesmo sem a contagem, o tempo foi registrado e classificado em uma linha de fatos que marcaram os deuses e Anahkólion. E, é claro, posteriormente os homens. Assim, o período chamado por muitos como "Antes da Primeira Era" tem a ocorrência de muitos acontecimentos, como, por exemplo, a criação dos Koluns-kand, dos Thuoroms, das Argonas e dos Gontthers e seus Arlierocs por parte dos deuses. Foi o período em que os deuses lutaram contra várias criaturas que perambulavam por todos os mundos. Houve a prisão dos Acrons na Fortaleza de Thorcranom. Em contrapartida, também foi quando Omnathar capturou alguns Gontthers e seus Arlierocs e, em segredo, os transformou em criaturas que passaram a se chamar Thorens e os Ardolerocs. Os Gontthers e suas feras foram procurados por todos os cantos dos mundos e jamais foram encontrados. O que Naumathar não sabia ou desconfiava era que Omnathar tinha planos futuros que iam completamente contra o planejado para os mundos, deuses e, posteriormente, homens. E o plano já estava sendo colocado em prática. Oculto do mundo, e principalmente de Naumathar, Omnathar realizava todas as suas “criações”, que na realidade eram transformações de criaturas que já existiam, na mais completa escuridão. Pouco tempo antes, ao descobriu que Naumathar não conseguia ver nada nas trevas, Omnathar encontrou a sua vantagem. Assim, criou o reino da Escuridão em Anathurilis. Foi nesse período que ocorreram as divergências entre alguns deuses, Thuror e Naumathar, referentes aos Acros. As divergências estavam relacionadas à libertação dos Acrons da Fortaleza de Thorcranom, onde haviam sido aprisionados no período de Antes da Primeira Era. O que ninguém sabia ou desconfiava é que tais “divergências” não simplesmente ocorreram, mas sim foram criadas. Seu criador: Ommnathar. Por mais que a situação fosse complexa, a libertação dos Acrons acabou acontecendo. A decisão foi tomada para que o Monte Naumathar não ruísse e a aliança entre os deuses de Anahkólion caísse por terra. E isso resultou em sua vinda dos Acrons para a Ácrole, localizada no interior dos domínios da região do Monte Naumathar, mas fora das proximidades do Castelo de Luz, situando-se mais ao Leste. Pouco depois, ou talvez nem tão pouco tempo depois assim, eclodiu a Primeira Guerra, envolvendo os Deuses e os Acrons, juntamente com seus exércitos. O que Naumathar e Thuror não sabiam era que, silenciosa e sorrateiramente, Omnathar estava por trás de tudo isso. Sem que Naumathar conseguisse ver através das trevas, Omnathar trabalhava lenta e silenciosamente no reino da Escuridão. Inconformado com tudo o que estava acontecendo, Naumathar tentou encontrar Omnathar para lhe pedir auxílio, porque não sabia que parte da culpa pelos problemas que estava sofrendo era de Omnathar, mas nada encontrou. Omnathar estava oculto nas profundezas do reino da Escuridão, no extremo Norte da ponta Oeste de Anathurilis.
MOMENTO DA CRIAÇÃO DE NAUMATHAR E OMNATHAR
A CRIAÇÃO DOS DEUSES
Uma das confusões que pode ocorrer é a delimitação entre o que compreende o período determinado da Primeira Era e o que vem antes disso, ou seja, o período da Criação ou Antes da Primeira Era, como passou a ser chamado pelos Primeiros Homens. Essa confusão acontece por uma razão simples: não era contado o tempo no período anterior, bem como não era no início da Primeira Era. Nesse sentido, muitos fatos que ocorreram nesses períodos apenas estão organizados por sequência do que aconteceu antes e o que aconteceu posteriormente ao fato anterior. Não há, em lugar algum, a precisão temporal entre um fato e outro, ou quanto tempo transcorreu entre um e outro, mas sim a cronologia dos fatos. Assim, sabemos o que aconteceu primeiro e o que aconteceu depois e sucessivamente. O fato divisor de águas é a Criação do Primeiro Homem, Naöhrad, criado por Thuror, o Primeiro Deus, também chamado de deus dos deuses. Os deuses habitavam um reino localizado no Monte Naumathar, situado em Anahkólion, um lugar divino e praticamente inacessível às demais criaturas. Com o poder recebido de Naumathar e a pedido deste, com o auxílio de Thuror, os deuses criaram os Primeiros Homens, que receberam o nome de Primeiras Linhagens. Ao todo, sete são as Primeiras Linhagens criadas: Naöhrad e as Thayad’s são consideradas Linhagens Natas ou Puras, em razão de terem sido criadas por apenas um deus ou uma deusa; já as linhagens de Juhl, Pólorh, Urhul, Thovar e Reimthor são consideradas Primeiras Linhagens Mistas. Na prática, não há muita diferença de umas em relação às outras, à exceção da Linhagem de Naöhrad, para a qual todas devem vassalagem. Assim, o marco divisor entre o período chamado Antes da Primeira Era e a Primeira Era é a criação de Naöhrad.
NAUMATHAR
Após a Criação dos Deuses, Naumathar precisava dar segmento em sua obra-prima e tentar resolver a situação que originou a vida de outras dezenove criaturas. Para que pudesse ter contato constante com os deuses, Naumathar necessitava de uma forma física que se assemelhasse a deles. Assim, Naumathar se personificou em um corpo e começou a visitar os deuses no Monte Naumathar. As reuniões ocorriam mais especificamente no Castelo de Luz, no Salão do Alto Conselho dos Deuses, local onde estava a Árvore Luz, fonte de poder dos deuses. Mas suas visitas ao mundo de Anahkólion não poderiam demorar demasiadamente. Lamentavelmente e de forma prática, Naumathar descobriu que o corpo em que estava não conseguia suportar a extrema fonte de seu poder por muito tempo. Assim, as audiências com Thuror, seu principal contato, tinham que ser breves. Infelizmente, a criação involuntária dos Acrons terminou causando discórdia e problemas entre os deuses. E esse foi um fato que acabou complicando um pouco as coisas. Nem tudo saiu como desejado por Naumathar. Mas, sem que soubesse, tudo iria piorar muito ainda.
MONTE NAUMATHAR
Após a criação, os deuses passaram a viver no extremo Leste de Anahkólion. O lugar, muito embora na terra, era impenetrável pelo homem comum. Na vasta região formada por montanhas e florestas, havia um lugar chamado Monte Naumathar, onde estava localizado o Castelo de Luz. Cercado por montanhas repletas de armadilhas e guardado por criaturas aprisionadas no período de Antes da Primeira, o “Caminho dos Deuses”, nome dado a entrada para o Monte Naumathar, era quase intransponível. Apenas uma vez até a Terceira Era um homem cruzou pelo portão e adentrou no Caminho dos Deuses para ter um encontro com Thuror, o Deus dos Deuses. Isso ocorreu na transição entre a Segunda para a Terceira Era. Nos domínios do Castelo de Luz, viviam alguns dos deuses e deusas, sempre guardados e protegidos pelos seus semideuses: os Thuorom, as Argonas e os Gontthers com seus Arlierocs. Cada grupo desempenhando uma função específica. Uns poucos deuses preferiam viver em seus domínios, afastados do Monte Naumathar, comparecendo apenas quando eram solicitados nos Conselhos dos Deuses. A esse exemplo podemos citar Olthom, que no início do período de Antes da Primeira Era, ou pós Criação, vivia nos mares; ou mesmo Unöuthareb, que preferia as profundezas de seu Abismo Negro à claridade do Castelo de Luz. Algumas deusas também preferiam viver no Templo das Deusas, onde tinham mais liberdade. Ainda na região do Monte Naumathar, mais precisamente a Leste do Castelo de Luz, foi construída uma Cidadela chamada Ácrole. Lá, viveram durante um tempo os Acrons. Até que uma grande guerra foi desencadeada.
ENTRADA PARA O MONTE NAUMATHAR, REINO DOS DEUSES DE ANAHKÓLION.
O PODER DA ESCURIDÃO
No princípio, quando eram apenas Naumathar e Omnathar, havia cumplicidade e amor de irmãos. Mas então, veio a criação dos mundos, dos deuses e dos homens. Naumathar deixou Omnathar de lado, pois haviam outras questões para se preocupar, e o tempo passou. Ao contrário do que Naumathar pensou ao longo de um tempo incalculável em que conviveu com a energia de seu reflexo menor, Omnathar passou a invejar e odiar tudo que foi criado por Naumathar. Afinal, a tal criação de Naumathar era a culpada pelo afastamento entre os dois. Enfim, Omnathar passou a nutrir um sentimento destrutivo infindável contra Naumathar e todas as suas ideias de criar algo que se perpetuasse no tempo. Omnathar detestava a ideia de que tanto seu poder quanto o de Naumathar iria findar em algum momento. A ideia de algo ainda não definido, mas parecido com a morte, perturbava Omnathar de uma forma intangível. Seu propósito era se perpetuar e ser o Ente mais poderoso que existisse. Assim, todos os sentimentos de Omnathar foram muito bem guardados, longe de qualquer suspeita de Naumathar. Omnathar era o oposto, em grau menor de poder, de Naumathar. Omnathar não tinha o Poder Originário de Naumathar, uma vez que não possuía a força para criar um mundo ou um deus, tal qual Naumathar, mas tinha poder de criar e modificar criaturas e bestas de todos os tipos. Outro poder que Omnathar tinha era o de modificar a essência das criaturas existentes em todos os aspectos, tais como comportamento, tamanho e a natureza delas. Por um prisma, se analisado friamente em contrapartida ao Poder Originário de criação de Naumathar, o poder de Omnathar não era nada grandioso. Entretanto, o conceito de grandiosidade cai por terra quando Omnathar criou os Kathand-Thândnath (os Grandes Dragões Negros) e a Silus Renst. Se fôssemos fazer uma comparação, poderíamos dizer que enquanto Naumathar andava pela luz, o outro, Omnathar, rastejava pela escuridão. Omnathar, no entanto, tinha uma grande vantagem sobre Naumathar. Nos mundos criados por Naumathar, o seu irmão ou seu reflexo, podia transformar e modificar muita coisa. Na realidade, poderia transformar tudo, até mesmo as obras-primas de Naumathar: os Deuses de Anahkólion. Porém, suas criações não eram dotadas de perfeição ou de benevolência, mas sim de vilania. Mas, como Omnathar era ardiloso e vil e sua intenção não era chamar a atenção de Naumathar, os deuses ficariam para depois. A ideia era fazer transformações nas quais ele não aparecesse de forma direta. E foi exatamente isso que Omnathar fez. Seu alvo: os Acrons. Muito tempo depois, foram os homens.
OMNATHAR
Omnathar sabia que Naumathar poderia desconfiar dele quando os problemas com os deuses e Acrons explodisse, mas antes que isso pudesse acontecer tomou suas providências. Como não desejava ser encontrado e não queria que seus planos fossem interrompidos, muito antes de orquestrar seu plano, Omnathar criou um lugar peculiar no mundo de Anathurilis. No extremo Noroeste de Anathurilis, Omnathar criou uma fortaleza no formato de um imenso castelo, o qual batizou de Reino da Escuridão. Como Omnathar sabia que a força e o poder de Naumathar vinha da luz, cobriu toda a extensão de terra de seu reino com a escuridão. Um lugar onde a luz do dia era bloqueada por nuvens negras e a claridade quase não conseguia transpor. A noite a escuridão era tamanha que raramente se via alguma estrela no céu. Além de Naumathar não conseguir ver nada do alto de sua morada, quando estivesse na terra também não teria como lhe encontrar em razão da significativa diminuição de seus poderes. Diminuição de poderes que não atingia Omnathar no Reino da Escuridão. E, lá nas profundezas, Omnathar transformou um ser divino criado pelo Poder Originário da Luz na mais poderosa criatura existente nos mundos. Essa criatura recebeu o nome de Nomenadhúrth e vibrava com o Poder Originário do Mal. Com o passar do tempo essa criatura passou a ser chamada de: o Senhor da Escuridão. A partir daquele momento, toda história mudou.
Os Acrons, como passaram a ser chamados, eram liderados pelo que acumulou o maior poder de todos na criação. Ôctrus era o maior e mais poderoso de todos os demais dezoito Acrons, e Ôctrus foi o primeiro que Omnathar aliciou. Sem aparecer para sua vítima, Omnathar começou a minar a mente de Ôctrus contra os deuses. Não havia necessidade de utilizar seu poder para transformar a natureza dos Acrons, voltando essa para a maldade e vilania. A vilania e todo o resto já estavam presentes nos Acrons, justamente por eles serem reflexo dos deuses, tal qual Omnathar era reflexo de Naumathar. Bastava apenas despertar tais “qualidades” para que tudo acontecesse de forma natural. Sem que ninguém suspeitasse, Omnathar colocou seu plano em ação. Primeiro, Omnathar plantou a ideia de que os Acrons viviam muito mal. Foi apenas uma simples comparação entre o lugar onde viviam e o Castelo de Luz, onde os deuses tinham tudo que era negado aos Acrons. Depois, de modo ardiloso e vil, usou o exemplo da presente preferência de Naumathar em detrimento deles, e a diferença, que na realidade, fática não existia, se considerado que todos advinham de um Poder Originário. Todos eram divindades. Todos os Acrons eram deuses e como tais deveriam receber o mesmo tratamento. Envenenou tanto a mente de Ôctrus que fez com que ele tivesse exatamente o mesmo comportamento com os outros Acrons, iniciando uma revolta interna em cada um. Tal revolta levou um grande tempo para acontecer, mas, devagar, foi se concretizando até que ficou insustentável. Então, iniciaram os ataques verbais dos Acrons contra os deuses, e uma rivalidade já existente foi se tornando algo maior. Naqueles dias, os Acrons entenderam exatamente o que havia acontecido e o motivo pelo qual tinham sido "guardados" na Fortaleza Thorcranom. Em pouco tempo, os Acrons começaram a realizar várias ações que propagaram a discórdia, a fúria e a desgraça entre os deuses. Uma rebelião começou no seio do Conselho dos Deuses, causando discórdia na grande maioria que não aceitava conviver com aquelas criaturas imperfeitas. Os problemas causados pelos Acrons, ainda que posteriormente descoberta a autoria, produziram danos entre os deuses - danos que, lamentavelmente, se tornaram irreversíveis. Mas nem todos os problemas e situações indesejadas causadas pelos Acrons tiveram sua autoria definida. Alguns dos problemas causados permaneceram incógnitos por um tempo, até que foram descobertos seus autores. E, quando isso aconteceu, ficou claro que tudo o que estavam passando a um certo tempo havia sido causado por certos e determinados Acrons, e que o seu mentor era Ôctrus, o Senhor dos Acrons. Thuror e outros tantos deuses atingidos ficaram visivelmente transtornados, e uma medida extrema precisava ser tomada. Inconformado com vários fatos, Thuror, o Deus dos Deuses, convocou o poderoso Naumathar e comunicou tudo o que aconteceu, e que resolveu banir todos os Acrons. Naumathar tentou contextualizar toda a situação, dizendo que aquilo não passava de uma evolução dos Acrons e que deveria ser recebida com bons olhos. Thuror discordou e questionou Naumathar se queria que aquele mundo fosse regido pelos deuses. Naumathar não teve escolha, a não ser concordar com seu propósito. Assim, ficou decidido que os Acrons deveriam ser capturados e aprisionados novamente na prisão Thorcranom. Mas os Acrons também eram poderosos e, sozinhos, talvez os deuses não conseguissem realizar aquela tarefa. Ficou decidido que, antes do enfrentamento, o próximo passo seria criar forças que pudessem lutar contra os Acrons juntamente com os deuses. Então, num dos Conselhos dos Deuses, três tiveram suas ideias aprovadas por Naumathar. Em segredo, foram criados os Thuoroms, as Argonas e os Gontthers. Entretanto, nesse meio tempo, Omnathar já havia conseguido mais aliados secretos entre os deuses. E, então, em segredo, e juntamente com o poder dos Acrons, nas profundezas de Anathurilis, criou diversos seres malignos que seriam conhecidos no campo de batalha quando a grande e poderosa guerra entre os Deuses e Acrons eclodisse. E foi o que aconteceu: primeiro na Ácrole e depois no Castelo de Luz, no Monte Naumathar, ruindo o mundo criado por Naumathar.
CASTELO DA ESCURIDÃO
O Castelo da Escuridão ou Castelo das Trevas como passou a ser chamado pelos reinos fundados a Leste de Anathurilis, era a maior construção comparada a todos os reinos existentes até Anahkólion. E foi nas profundezas do Castelo da Escuridão que Omnathar transformou criaturas de todos os tipos e formas. Foi naquele lugar nefasto que alterou o tamanho do que mais tarde seria chamado de “os Grandes Dragões Negros” entre outras criaturas como os Rodars, Thorens e Ardolerocs, e o Exército da Escuridão. Naquelas profundezas transformou a pureza em vilania. E foi no Castelo da Escuridão que o mundo construído por Naumathar começou a ruir.
INÍCIO DAS CONSTRUÇÕES DO CASTELO DA ESCURIDÃO DE OMNATHAR.