CALENDÁRIO DE ERNT-NADOR
1-DADOS NECESSÁRIOS PARA A COMPREENSÃO DA CONSTRUÇÃO DO CALENDÁRIO DO MUNDO CONHECIDO
Devido ao fato de esta obra se tratar de uma criação puramente literária, na qual a história se situa numa época completamente desconhecida e desprovida de quaisquer ciências, costumes, culturas ou religiões arraigados desde o princípio nas civilizações conhecidas pelo homem até o mundo contemporâneo, tornou-se necessária e imprescindível a criação de um calendário próprio e peculiar que satisfizesse os mitos, tradições e os deuses inerentes àquelas Eras e Tempos. É extremamente importante ressaltar que o Calendário de Ernt-nador, o Mundo Conhecido, foi todo escrito na antiga língua chamada Idhílion, a língua dos deuses de Anahkólion que viviam no Monte Naumathar. Alguns povos de Ernt-nador, descendentes das Linhagens de Anahkólion, erroneamente acreditam que a língua surgiu em Ernthys e também atribuem sua origem ao mago Yondar. No entanto, a língua surgiu muito antes da Primeira Era de Anahkólion e Yondar também é originário de lá. Tal confusão é atribuída ao decurso do tempo ao longo das Eras, fazendo com que muitos fatos passassem a ser desacreditados, tornando-se lendas e mitos sem qualquer crédito. O Calendário de Ernt-nador, ou do Mundo Conhecido, como era chamado por alguns povos, foi formulado em Wol-kunt com a participação de Yondar, o Mestre dos Magos, e de vários estudiosos das estrelas, juntamente com Kolir, o rei de Khiurthi - atual Thiurethi. Isso ocorreu no Tempo dos Reis, mas, para muitos, foi utilizado pouco antes da metade do Tempo das Deusas, após o Tempo das Sombras. Isso se deu pela necessidade de uma medida de contagem do tempo mais acurada e em dias, e não mais pela observação das quatro lunações, como foi feito por um tempo depois que foi abolida a contagem dos Ciclos de inverno e verão. Importa frisar que a contagem dos Ciclos de Anahkólion era muito diferente da que era feita em Ernt-nador. Em Anahkólion, um Ciclo perdurava por cerca de 19 meses, sendo aproximadamente dois terços e um pouco de inverno, enquanto que, em Ernt-nador, eram computados 14 meses e alguns dias, sendo metade inverno e metade verão. Tal fato se deve ao fato de Anahkólion estar localizada mais ao Sul. Após passar anos apreciando e estudando mais profundamente as luas, Yondar percebeu que estas possuíam ciclos e mudavam, na maioria das vezes, a cada sete dias em média. É claro que havia pequenas variações, mas preferiu desconsiderar, pois eram por demais pequenas. Verificou também, no decorrer dos anos, anteriormente contados por meio das doze lunações, que os ciclos temporais, que dividiam as estações do ano, reiniciavam após transcorrerem entre 363 e 366 dias. A partir da descoberta do número de dias aproximados necessários para a repetição dos ciclos lunares, informação considerada de vital importância para a construção formal do ano, Yondar começou a pensar na questão da divisão desse período. Como as luas mudavam em média a cada sete ou oito dias, havendo algumas variações, dependendo da época em que se encontravam, Yondar decidiu que o número inicial total para o mês seria, como no Tempo das Deusas, de 28 dias. Os 28 dias correspondiam à passagem parcial ou completa das quatro luas: Lua Nova de Akrindos, Lua Crescente de Thandius, Lua Cheia de Jious e Lua Morrente ou Minguante de Monrthis. Os 28 dias do mês foram divididos em quatro blocos de sete dias de conformidade com o que ocorria no Tempo das Deusas, em que os sete dias correspondiam ao desenvolvimento e mapeamento, do início ao fim, do ciclo de cada lua vigente. Contudo, esses sete dias não mais receberiam a mesma nomenclatura que vinha sendo atribuída aos dias no Tempo das Deusas, mas sim ser-lhes-iam atribuídos nomes de suma significância no novo sistema de contagem temporal. Ao conjunto dos sete dias foi conferido o nome de Quanthan[1], que podia ser traduzido para a nossa língua como “Rotação”. Decididos previamente os provisórios 28 dias do mês e o Quanthan, Yondar, antes de fazer quaisquer cálculos para se definirem os meses do ano, retirou antecipadamente 5 dias dos 365, os quais não fariam parte de nenhum mês, mas seriam dispostos em ordem no final de todos os meses do ano. Esses cinco dias, porém, teriam fundamental importância, pois seriam oferecidos aos deuses em forma de homenagem. Com os 360 dias restantes, o mago Yondar efetuou a divisão pelo número inicial dos dias do mês, que eram 28, acabando por obter, no final, o resultado de 12 meses. Ao término, Yondar verificou que sobravam 24 dias do total dos 360, os quais não poderiam compor um décimo terceiro mês, nem tampouco deixar de contar no calendário, visto que este não funcionaria adequadamente com a ausência deles. Dessa forma, Yondar deliberou incorporar os 24 dias restantes à maioria dos meses que comporiam o ano de Ernt-nador, o Mundo Conhecido.
[1] O Quanthan muito remotamente poderia ser comparado com a nossa semana de sete dias.
CALENDÁRIO DE ERNT-NADOR
2-DEFINIÇÃO DOS MESES DO ANO DO CALENDÁRIO DO MUNDO CONHECIDO.
O primeiro mês do ano recebeu, por sua importância e colocação, o nome Burish, que, em Idhílion, significava "Grande Começo". Ao mês de Burish, Yondar atribuiu 30 dias, e seu início sempre se daria no primeiro dia do Quanthan, chamado de Rist, que possui, na língua atual, a mesma acepção que "Aurora". O segundo mês foi chamado de Anack e traduzia-se como "Pequenino". Deste mês, Yondar retirou os dois dias acrescidos em Burish, deixando-o realmente pequenino, com 26 dias, sendo o menor de todos os meses. O terceiro foi denominado de Lutürid, que significava "Beleza Natural". Recebeu este nome pelo singelo motivo de ser o mês que, em seu vigésimo primeiro dia, iniciava a estação em que nasciam as flores[2]. Este mês ficou com 30 dias. O mês chamado de Kanard era o quarto do ano e também possuía 30 dias. A palavra que dava nome ao mês era o mesmo que "Bravo". O quinto mês recebeu o nome de um dos maiores heróis que vivera no Tempo das Sombras: o "Guerreiro Othonod". Em homenagem aos grandes feitos e à coragem de Othonod, os 28 dias iniciais receberam mais três, totalizando 31. Morunk era o sexto mês, e a palavra queria dizer "Centro de Fogo". O nome foi dado em razão da temporada de calor[3], que iniciava a partir do dia 21 daquele mês. Morunk ganhara 30 dias. O mês de número sete era Morêl, que significava "Dia Longo". Yondar atribuíra este nome ao sétimo mês, em vista de que os dias começavam a ficar mais longos que as noites. O mês recebeu 30 dias. Dakan era o oitavo mês. Seu nome era dedicado, com honra, à memória do Último Cavaleiro Imortal de Vallum, que viveu no mundo de Ernthys, no "Tempo das Trevas", muito antes de Yondar, o Mago Mestre, rumar para Ernt-nador. Pelo valor inerente àquele incrível cavaleiro, o mês encerrava com 31 dias. O nono mês era o de Ídûs; traduzido do Idhílion, a expressão aproximava-se de "Choro das Árvores". Yondar pensou ser o nome adequado à época em que ocorria o estranho fenômeno natural que fazia com que as "árvores chorassem"[4], perdendo as folhas. Este fato natural, conforme constatado pelo mago, começava a partir do dia 21; o mês possuía 30 dias. O décimo foi chamado de Duthrori e significava "Vento Suave". Era o mês em que Yondar mais apreciava meditar, e a este atribuiu 30 dias. Anörib era o nome do mais grandioso rei dos cinco que existiram em Ernthys. O décimo primeiro mês ganhou seu nobre nome para que este nunca fosse esquecido. A ele, 31 dias foram atribuídos. O último mês do ano era Ziran, e seu significado era semelhante a "Gelo". Seu número de dias ficou definido em 31. O dia 21 de Ziran representava o princípio da temporada fria[5]. [2] Estação relativa à Primavera. [3] Estação relativa ao Verão. [4] Estação relativa ao Outono. [5] Estação relativa ao Inverno. Referente aos meses do Ano do Mundo Conhecido, pode-se fazer uma analogia aos meses do Ano do Calendário Gregoriano. Ver abaixo o quadro comparativo:
3- QUADRO SINÓPTICO COMPARATIVO DOS MESES DO CALENDÁRIO
DO MUNDO CONHECIDO EM RELAÇÃO AO CALENDÁRIO GREGORIANO.
Com os 12 meses do ano estruturados, o mago Yondar procurou definir a colocação dos cinco dias restantes, que, por sua vez, encerrariam o Ano do Calendário do Mundo Conhecido: Os primeiros três dias seriam comemorados em homenagem às “Três Deusas”: O primeiro dia foi dedicado à deusa Lyodar, detentora do fogo, das águas e da terra. Este dia seria sempre celebrado em Agack, o quarto dia do último Quanthan. O segundo dia foi destinado à deusa Alisas, dominadora da luz, dos raios e dos céus. Este dia seria sempre celebrado em Suruw, o quinto dia do último Quanthan. O terceiro dia foi oferecido à deusa Maráhathas, Guardiã do Entharin, o “Portal Negro”. Este dia seria sempre celebrado em Naffin, o sexto dia do último Quanthan. O quarto dia foi oferendado ao deus Unöuthareb, “Senhor do Abismo Negro” ou “Deus da Morte”. Este dia não seria celebrado, mas teria seu propósito voltado para a realização de reflexões acerca de tudo que ocorrera durante o ano que estava para acabar. O dia do deus Unöuthareb cairia sempre no último dia do Quanthan, chamado de Othocnd. O quinto dia era o último do ano, porém, como foi dito antes, não faria parte do Quanthan. Seria o “Dia Único”. E, para isso, Yondar tinha uma boa razão: era o dia em que seria celebrado Thur, o “Deus dos Deuses”. A partir do dia seguinte, começaria o outro ano e, conforme a regra estipulada pelo mago Yondar, iniciaria novamente no dia 1° de Burish e em Rist do Quanthan.
4- QUADRO SINÓPTICO COMPARATIVO DOS DIAS DO QUANTHAN
COM OS DIAS DA SEMANA.
5- QUADRO SINÓPTICO COMPARATIVO DAS ESTAÇÕES DO ANO
6- QUADRO SINÓPTICO COMPARATIVO LUNAR
Faz-se necessário ressaltar que todas essas informações são apenas comparações meramente fictícias, para que o leitor venha, por meio dos subsídios fornecidos, situar-se dentro da história e do tempo em que ela ocorre no mundo de Ernt-nador, a partir de um determinado momento do Tempo das Deusas.